“Conto uma lenda oriental que, certo dia, a verdade desejou penetrar nos recintos de mais belo palácio de um poderoso imperador. Envolta em véus, ela se apresentou á porta do palácio, mas não entrou: o imperador não queria saber da verdade. Então, disfarçada de Fábula, ela volta á porta do palácio, onde recebeu permissão para entrar e ser introduzida no salão do imperador. Assim, disfarçada, ela contava historias, enquanto dizia verdades.
A arte é também uma fabula: disfarçada em telas, formas, cores, pedras, paus e palavras, ela vem para revelar o que há de mais humano: inconsistência e incoerências; dores e amores; medos; e desejos; Eros e mulheres. A arte comunica aos homens possibilidades de verdades por caminhos incertos.
No mundo das fungibilidades e da comunicação mediada por ferramentas de altas tecnologias, a arte continua a produzir suas polemicas: novos materiais, novas experiências, novos formatos. Todavia, na era do descarte, a própria arte corre seus riscos. Mas, como na fabula, ela se arrisca e, enquanto distrai os olhos desinteressados doa homens contemporâneos, diz coisas que precisam ser ditas… e ouvidas.
Arte e comunicação em um mundo fungível coloca no centro das atenções a relação imbricada entre esses elementos, arte e comunicação, a partir de perspectivas que que se movem das tangentes para o núcleo, em uma espiral que fazem girar filmes, jornais, documentos, livros. Arte é isso, uma fabula. Comunicação é, dentro outras coisas, isto, um livro.”( Shirlene Rohr de Souza)
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